
Cúpula da Amazônia chega ao último dia sem consenso sobre documento com metas únicas
A Cúpula da Amazônia será encerrada nesta quarta-feira (09/08) com seu principal documento não tendo consenso entre os países participantes do encontro.
A Declaração de Belém, principal documento da Cúpula da Amazônia, foi divulgada na última terça-feira (8), e não incluiu metas únicas para zerar o desmatamento ilegal nos países amazônicos nem informações sobre a exploração de petróleo na região.
Presidente de um dos países com a Amazônia em seu território, o venezuelano Nicolás Maduro teve de cancelar a viagem por causa de uma infecção nos ouvidos.
Divergências na Declaração
A diplomacia brasileira havia chegado a defender que, na Declaração, os países usassem a meta do Brasil de atingir o desmatamento ilegal zero até 2030.
O documento apenas salienta “a urgência de pactuar metas comuns para 2030 para combater o desmatamento, erradicar e interromper o avanço das atividades de extração ilegal de recursos naturais e promover abordagens de ordenamento territorial e a transição para modelos sustentáveis, tendo como ideal alcançar o desmatamento zero na região”.
No resumo da Declaração, o caso brasileiro é citado como um exemplo. Peru, Colômbia e Venezuela concordaram com o desejo brasileiro, mas a CNN apurou que Guiana, Suriname e Bolívia recusaram a possibilidade de sair do encontro com a meta única.
Outro ponto que faltou consenso foi sobre a adoção de um veto à exploração de petróleo na região amazônica.
Essa meta foi defendida pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que fez o discurso mais enfático entre os chefes de Estado presentes no encontro, em Belém. A postergação dessa decisão, segundo Petro, é uma espécie de negacionismo.
“A política não consegue “se destacar dos interesses econômicos que derivam do capital fóssil”, disse o presidente da Colômbia.
Outros países
Em seu último dia, a Cúpula terá eventos que contarão com representantes de outros países em desenvolvimento com florestas tropicais e financiadores do fundo monetário do bioma sul-americano.
O presidente Lula convidou para o evento a Indonésia, a República Democrática do Congo e a República do Congo.
Juntos, os países possuem três das maiores florestas tropicais do mundo: Amazônica, do Congo e a Borneo-Mekong, que passa pela Indonésia.
Segundo Lula, “além dos oito países amazônicos, a presença da Indonésia e dos dois Congos [República do Congo e República Democrática do Congo], países com florestas tropicais, é fundamental para uma aliança pelo desenvolvimento sustentável”.
Em novembro do ano passado, os países apresentaram a criação de uma aliança durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que aconteceu no Egito, em que Lula participou como presidente eleito.
Fonte: CNN



