
Custo da cesta básica fica menor em 16 capitais em agosto, segundo pesquisa do Dieese
O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 16 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre julho e agosto de 2023, as quedas mais importantes ocorreram em Natal (-5,29%), Salvador (-3,39%), Fortaleza (-2,85%), João Pessoa (-2,79%) e São Paulo (-2,79%). A variação positiva foi observada em Brasília (0,35%).
Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 760,59), seguida de São Paulo (R$ 748,47), Florianópolis (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 722,78). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 542,67), João Pessoa (R$ 565,07), Salvador (R$ 575,81) e Recife (R$ 580,72).
A comparação dos valores da cesta, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, mostrou que nove capitais tiveram redução do preço médio, com variações que oscilaram entre -5,24%, em Vitória, e -0,08%, em Curitiba. Outras oito cidades apresentaram elevação, com destaque para os percentuais de Fortaleza (2,50%), Porto Alegre (1,67%) e Belo Horizonte (1,23%).
Nos oito meses de 2023, o custo da cesta básica diminuiu em 12 cidades, com taxas mais expressivas em Vitória (-9,32%), Goiânia (-8,96%), Belo Horizonte (-7,22%) e Campo Grande (-7,06%). Os maiores percentuais foram registrados em Aracaju (4,15%) e Recife (2,77%).
Com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em agosto de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6. 389,72 ou 4,84 vezes o mínimo de R$ 1.320.
Em julho, o valor necessário era de R$ 6.528,93 e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo. Em agosto de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.298,91, ou 5,20 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica passou de 111 horas e 08 minutos, em julho, para 109 horas e 01 minuto, em agosto. Já em agosto de 2022, a jornada média foi de 119 horas e 08 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em agosto de 2023, 53,57% do rendimento líquido para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em julho, 54,61%.
Em agosto de 2022, o percentual ficou em 58,54%.
Em agosto de 2023, o trabalhador do município do Rio de Janeiro, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.320, precisou trabalhar 120 horas e 28 minutos para adquirir a cesta básica. Em julho, necessitou de 123 horas e 01 minuto. Em agosto de 2022, quando o salário mínimo era de R$ 1.212, foram necessárias 130 horas e 18 minutos.
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em agosto de 2023, 59,20% para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em julho, o percentual gasto foi de 60,45%. Já em agosto de 2022, o trabalhador comprometia 64,03% da sua renda líquida.



