A demanda global por suco de laranja concentrado congelado está em alta, impulsionando os preços a níveis recordes. A oferta está limitada devido à menor disponibilidade de frutas nas principais regiões produtoras, resultando em estoques baixos nas últimas duas temporadas.
Os preços internacionais do suco de laranja devem permanecer elevados até que as projeções para a safra do Brasil em 2023/24 possam indicar algum alívio para a oferta.
Surge gigante do setor
Ao mesmo tempo em que os preços sobem, acaba de sair a autorização para criação da maior empresa de suco de laranja do mundo. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou na última quarta-feira (26/04) a fusão da Citrosuco/Fischer e da Citrovita, do Grupo Votorantim.
A autorização foi concedida por votação unânime dos conselheiros. No entanto, a união das companhias foi condicionada a assinatura do TCD (Termo de Compromisso de Desempenho) para preservar a negociação entre os produtores independentes, que se sentem prejudicados pela operação.
O TCD visa a garantir o acesso de informações pelos produtores. Com isso, os citricultores terão acesso a dados sobre preço cobrado pelo suco de laranja no mercado externo, tamanho da produção própria e rentabilidade de suco por caixa de laranja.
A ideia é que com a transparência das negociações, os produtores tenham informações suficientes para formar os preços. Além disso, as companhias se comprometem a não aumentar as plantações de laranjas existentes pelos próximos cinco anos.
A nova empresa vai deter 45% do mercado produtor de suco de laranja no Brasil. O percentual supera o da Cutrale, que detém 35%. A nova companhia terá sete fábricas, oito terminais e cinco navios, além de pomares no Brasil e no exterior. Citrovita e Citrosuco dominarão, ainda, 25% do mercado mundial de suco.
