
Executivos do mercado veem política econômica de Lula no caminho errado, mostra pesquisa
A segunda edição da pesquisa quantitativa “O que pensa o mercado financeiro”, da Genial/Quaest, mostrou expectativa de que a queda da taxa Selic ocorra em agosto (34%) ou setembro (25%). A pesquisa mostrou que a avaliação do governo Lula perante os agentes do mercado continua negativa, apesar de ter caído de 90% para 86% desde março, quando foi realizada a primeira rodada. Para 90% dos executivos entrevistados pelo instituto, a política econômica do governo Lula caminha na direção errada – índice um pouco inferior aos 98% registrados em março.
A avaliação sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, melhorou significativamente entre os executivos de mercado: de 10% de aprovação em março, a avaliação subiu para 26%. Os que consideram o trabalho regular eram 52% e agora são 37%. A avaliação negativa oscilou um ponto percentual, ficando em 37% contra 38%.
Essa mudança na avaliação de Haddad não se reflete nas opiniões sobre o novo arcabouço fiscal, que continua mal avaliado por 48% dos entrevistados. Para 87%, a política fiscal do governo não dará sustentabilidade à dívida pública. No entanto, 92% consideram que as medidas serão aprovadas pelo Congresso Nacional. Entre as propostas em discussão para o novo arcabouço, a que tem mais chance de ser incluída pelos congressistas é o contingenciamento de despesas por frustração de despesas.
A revisão de renúncias fiscais proposta por Haddad tem o apoio de 96%. No entanto, 67% não acreditam que o ministro conseguirá fazer a revisão, e 36% projetam que o total de arrecadação extra das medidas seria inferior a R$ 50 bilhões.
Em relação à agenda geral, as dificuldades de Lula são grandes, como mostra o levantamento. Para 39% dos entrevistados, o governo tem pouca chance de aprovar sua agenda, contra 20% em março. Os que consideram alta a chance de aprovação são apenas 10%, contra 33% há dois meses.
Foram realizadas 92 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os dias 4 e 8 de maio.



