
Farmacêuticas aceleram produção de vacinas contra o VSR, que mata mais de 33 mil por ano
Parcela crescente da população brasileira e mundial tem mais de 60 anos e segue uma vida extremamente ativa. Mas essa geração tem uma preocupação de saúde bem específica: o vírus sincicial respiratório (VSR), causador de uma das mais graves doenças ainda sem imunizante. Para adultos, não há sequer tratamento específico (a doença também acomete crianças pequenas, mas para elas há medicamento).
O patógeno pode agravar, por exemplo, quadros de insuficiência cardíaca e doenças pulmonares obstrutivas, além de provocar complicações graves, como pneumonia, hospitalização e morte.
“Por ser facilmente confundido com uma gripe ou resfriado, o VSR pode levar à bronquiolite e à pneumonia, sendo o principal responsável por infecções de vias respiratórias em bebês de até dois anos de idade”, explica a referência técnica da Fundação Ezequiel Dias (Funed), André Leal. “Ele pode, inclusive, levar à hospitalização, sendo estimado que, no mundo, uma a cada 50 crianças menores de cinco anos que morrem, morrem em decorrência da infecção por esse vírus”, ressalta.
Nos anos de 2018, 2019 e 2021, a vigilância laboratorial realizada na Funed demonstra que os picos de circulação do VSR foram na estação do outono (abril e maio).
“Já em 2020, é possível perceber alterações nesse padrão devido às fortes restrições sociais, principalmente quanto ao isolamento de crianças. Agora, em fevereiro deste ano, já observamos a maior frequência de resultados detectáveis desse vírus nos últimos seis anos. Essa alteração na frequência de circulação é atribuída, por alguns pesquisadores, aos desdobramentos da pandemia”, comentou André Leal.
Um estudo financiado pela farmacêutica GSK concluiu que, em países de alta renda, leva a 470 mil hospitalizações de adultos e 33 mil mortes por ano. Das mais de 20 vacinas que a GSK desenvolve atualmente, uma que se encontra na etapa final, a de registro, tem como alvo o VSR e se baseia na tecnologia de subunidade proteica.
Outras duas farmacêuticas correm para aprovar vacinas contra o mesmo mal, por outras duas vias tecnológicas. A da Moderna, que se vale de RNA mensageiro, está sendo testada. Em janeiro, constatou-se que vem mostrando eficácia de 84% para prevenir pelo menos dois sintomas, como tosse e febre.
Já a vacina da Pfizer, que recorre à recombinação de DNA, encontra-se na mesma etapa. É a única que promete proteger adultos e também bebês – estes, por meio da imunização das mães.
Com informações da revista Época Negócios



