Guayaquil vive caos e medo por violência nas ruas

Cidade equatoriana enfrenta protestos contra o governo e confrontos entre gangues rivais, que deixaram hospitais fechados e mortos nas calçadas.

Guayaquil, a maior cidade do Equador, vive uma situação de caos e medo por conta da violência que tomou conta das ruas nos últimos dias. A cidade, que já foi duramente afetada pela pandemia de covid-19, agora enfrenta protestos contra o governo do presidente Guillermo Lasso e confrontos entre gangues rivais, que disputam o controle do tráfico de drogas.

Os protestos começaram na segunda-feira, 8 de janeiro, quando milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a renúncia de Lasso, acusado de corrupção, nepotismo e traição à pátria. Os manifestantes, liderados por movimentos indígenas, sociais e sindicais, bloquearam estradas, queimaram pneus e entraram em confronto com a polícia, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersá-los.

Os confrontos entre gangues, por sua vez, se intensificaram na quarta-feira, 10 de janeiro, quando membros da organização criminosa Los Choneros invadiram o bairro de Bastión Popular, considerado o reduto da gangue rival Los Lagartos. Os criminosos, armados com fuzis, pistolas e granadas, atiraram contra os moradores, incendiaram casas e carros e deixaram corpos nas calçadas.

A violência fez com que vários hospitais da cidade fechassem suas portas ou atendessem apenas casos graves, por falta de segurança e de insumos médicos. Muitos pacientes, inclusive com covid-19, ficaram sem assistência ou tiveram que ser transferidos para outras cidades. Além disso, a violência afetou o comércio, o transporte e a educação, que foram paralisados ou reduzidos.

Diante da crise, o governo Lasso declarou estado de emergência na cidade e enviou reforços militares e policiais para tentar restabelecer a ordem. O presidente também convocou uma reunião com os líderes dos protestos, para buscar um diálogo e uma solução pacífica para o conflito. No entanto, até o momento, não há sinais de que a violência vá diminuir ou cessar.

Sair da versão mobile