
IBGE divulga prévia da inflação oficial, que mostra desaceleração e fica em 0,04% no mês de junho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou alta de preços de 0,04% em junho deste ano. A taxa é inferior a 0,51% de maio deste ano e 0,69% de junho do ano passado.
De acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 acumula taxa de 3,16% no ano e 1,12% no segundo trimestre (IPCA-E). Em 12 meses, a taxa acumulada é de 3,40%, abaixo dos 4,07% acumulados até maio.
O principal responsável pela alta de preços na prévia de junho é o grupo de despesas habitação (0,96%). O resultado foi influenciado por reajustes nas taxas de água e esgoto em quatro capitais, o que provocou um aumento médio de 3,64% no país, e de tarifa de energia elétrica residencial também em quatro capitais, o que resultou em uma alta média de 1,45%.
Outros cinco grupos tiveram alta de preços, entre eles vestuário (0,79%). Os três grupos que registraram deflação (queda de preços) foram transportes (-0,55%), alimentação e bebidas (-0,51%) e artigos de residência (-0,01%).
Em transportes, a deflação foi puxada pelos combustíveis (-3,75%): gasolina (-3,40%), óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Já a queda de preços dos alimentos foi influenciada pelo óleo de soja (-8,95%), frutas (-4,39%), leite longa vida (-1,44%) e carnes (-1,13%).
Segundo Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, “a desaceleração na leitura mensal de 0,51% para 0,04% deve em grande medida ao arrefecimento em combustíveis e alimentação, juntos contribuem -0,42 p.p na margem. No mesmo sentido, itens de cuidados pessoais, como higiene e beleza, ajudaram na descompressão mensal. Por outro lado, a pressão altista no mês decorreu de passagem aérea (10,70%, ante -17,26%) e de energia elétrica.”
Ela lembra que nesta leitura de junho, muitas variáveis justificam a volatilidade do número: (i) no dia 1° junho teve mudança da fórmula do imposto de ad valorem para ad rem na gasolina, (ii) impacto do desconto da MP de automóveis e (iii) choque baixista de alimentação, leite e carnes.
De acordo com a especialista, “para frente, continuamos vendo deflação para o IPCA de junho (pelos itens que repetem o número fica próximo a -0,10% de -0,14%), no entanto revisamos para -0,06% por diminuir a intensidade do efeito da MP de desconto de automóveis em junho e deixar uma parte para julho. A projeção do IPCA de julho está em 0,18%. Nosso IPCA de 2023 está em 4,8% e 2024 em 3,9%.”
Fonte: Agência Brasil



