Inflação medida pelo IPCA-15 recua para 0,36% em março com impacto de alimentos

Índice de inflação acumula alta de 4,14% em 12 meses, segundo o IBGE

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou para 0,36% em março, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26/03). O resultado foi, em grande parte, influenciado pelo grupo de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,91%. Em fevereiro, o índice ficou em 0,78%. A taxa de março ficou acima da mediana de projeções levantadas pela Bloomberg, de 0,30%.

Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 4,14% em 12 meses, enquanto o mercado esperava elevação de 4,09%. Em fevereiro, a taxa nesse recorte ficou em 4,49%. Diferente do IPCA, o período de coleta do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Por ser divulgado antes, o índice sinaliza uma tendência para a inflação oficial do Brasil.

O IPCA, por sua vez, é baseado em dados levantados apenas no mês de referência, e será divulgado no dia 10 de abril. Desta forma, o resultado fechado de março ainda não aparece completamente na coleta do IPCA-15. A inflação oficial é importante para a política de juros do país. O centro da meta perseguida pelo Banco Central é de 3% no acumulado de 2024.

A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos (1,5%) ou para mais (4,5%). Assim, a meta será cumprida se o IPCA ficar dentro do intervalo de 1,5% a 4,5% nos 12 meses até dezembro. Atualmente, a inflação brasileira acumula elevação de 4,5% nos últimos 12 meses.

O mercado projeta que o IPCA encerre 2024 a 3,75%, segundo a mais recente edição do Boletim Focus do BC, que reúne as projeções de economistas para os principais indicadores econômicos do país.

Índice de inflação tem alimentação e bebidas em alta

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco registraram alta em março. Além do grupo Alimentação e bebidas, também se destacaram os grupos Transportes (0,43% e 0,09 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,61% e 0,08 p.p.). As demais variações ficaram entre o -0,58% de Artigos de residência e o 0,19% de Habitação.

No grupo Alimentação e bebidas (0,91%), a alimentação no domicílio subiu 1,04% em março. Contribuíram para esse resultado as altas da cebola (16,64%), do ovo de galinha (6,24%), das frutas (5,81%) e do leite longa vida (3,66%). Outros itens apresentaram queda, como a batata-inglesa (-9,87%), a cenoura (-6,10%) e o óleo de soja (-3,19%). A alimentação fora do domicílio (0,59%) acelerou em relação ao mês de fevereiro (0,48%), em virtude da alta mais intensa da refeição (0,35% em fevereiro para 0,76% em março). O lanche (0,19%) registrou variação inferior à registrada no mês anterior (0,79%).

No grupo Transportes (0,43%), houve queda na passagem aérea (-9,08%), que registrou o maior impacto negativo (-0,07p.p.) no mês. Por outro lado, a gasolina (2,39%) teve o maior impacto positivo (0,12 p.p.). Em relação aos demais combustíveis (2,41%), houve alta nos preços do etanol (4,27%), enquanto o gás veicular (-2,07%) e o óleo diesel (-0,15%) registraram queda. O subitem táxi apresentou alta de 0,61% devido ao reajuste de 8,31% em Belo Horizonte (6,04%), a partir de 8 de fevereiro.

Ainda em Transportes, a variação do ônibus intermunicipal (0,71%) foi influenciada por reajustes no Rio de Janeiro (6,69%), a partir de 24 de fevereiro; e em Curitiba (6,41%), a partir de 5 de fevereiro. No subitem trem (-1,00%), houve redução de 4,05% nas tarifas no Rio de Janeiro (-2,20%), a partir de 2 de fevereiro.

Em Saúde e cuidados pessoais (0,61%), o resultado foi influenciado pelo plano de saúde (0,77%), pelos produtos farmacêuticos (0,73%) e pelos itens de higiene pessoal (0,39%).

No grupo Habitação (0,19%), no resultado do gás encanado (-0,35%), os seguintes reajustes tarifários foram incorporados a partir de 1º de fevereiro: no Rio de Janeiro (-0,65%), redução média de 1,30%; e em Curitiba (-1,20%), redução de 2,29%.

Clique aqui e leia mais sobre o IPCA-15 no site do IBGE.

Mais informações na seção Economia do Infoflashbr.

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