Lula receberá em Brasília a chefe da Comissão Europeia para discutir acordo Mercosul-UE

Em negociação há mais de duas décadas, o possível acordo entre o Mercosul e a UE (União Europeia) pode ter um desfecho até o fim de julho. A previsão é de auxiliares do presidente Lula, que nesta segunda-feira (12/06) receberá a representante da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O acordo entre os dois blocos é um dos assuntos da pauta, juntamente com questões relacionadas ao meio ambiente e à guerra na Ucrânia. O encontro no Palácio do Planalto ocorre a convite de Lula, feito em fevereiro por meio de ligação telefônica. Na ocasião, Von der Leyer escreveu numa rede social que ambos estavam empenhados, “levando o acordo com o Mercosul à linha de chegada”.

A conversa de agora será uma prévia da reunião marcada para 17 e 18 de julho, na Bélgica. Chefes de estado e de governo dos países da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) estarão reunidos com integrantes da União Europeia. A expectativa é de que os membros do Mercosul batam o martelo sobre o caso.

O maior entrave está nas exigências ambientais feitas pela União Europeia, como reduzir pela metade os níveis atuais de desmatamento até 2025. Os países do Mercosul entendem que a regra é arriscada, sobretudo porque estaria vinculada a duras sanções comerciais.

Outro ponto, desta vez uma imposição dos países sul-americanos, é associar as ações de proteção do meio ambiente ao desenvolvimento econômico e social. O bloco europeu tem defendido, por exemplo, que a Amazônia deve ser “intocável” – sem enxergar que 28 milhões de pessoas vivem na região.

Durante evento em alusão ao dia mundial do Meio Ambiente, na segunda-feira (05), Lula não se referiu diretamente ao acordo com a União Europeia. No entanto, fez uma crítica aos países que muito exigem e pouco ajudam.

“Eu às vezes desconfio que os pais ricos prometem aquilo que não podem dar, ou prometer aquilo que não querem dar, porque se nós fossemos olhar a quantidade de anos que prometeram 100 bilhões a cada ano e que já faz de 2009 a 2023, 14 anos e que até agora saiu pouquíssimas coisas e não se sabe para quem”, afirmou o presidente.

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