O programa “Pânico”, da Jovem Pan News, recebeu nesta terça-feira (25/07) recebeu o ex-candidato à Presidência da República e atual presidente do Foro do Brasil, Padre Kelmon. Acompanhad do candidato a vice-presidente em 2023, Pastor Gamonal, Padre Kelmon respondeu a questionamentos envolvendo a sua ordenação religiosa e rebateu as piadas que a senadora Soraya Thronicke fez ao chamá-lo de “padre de festa junina”.
“É o mau hábito de julgarem e condenarem que se faz hoje. Parece que virou normal fazer isso com a reputação de alguém, vamos destruir a reputação de alguém quando não queremos que falem o contrário do que a gente pensa”, disse.
Para rebater insinuações de que teria sido desligado da igreja a que pertencia, Padre Kelmon disse que a imprensa desvirtuou informações sobre sua participação na igreja ortodoxa. O religioso afirmou inclusive que precisou deixar fixada nas contas em redes sociais a sua bula de ordenação sacerdotal que comprova sua atuação na igreja e desmente as fake news de que não seria padre de fato.
“A grande mídia de esquerda, eles parecem que não entendem nada sobre o cristianismo, nunca leram a história do cristianismo, nem sabiam o que significa igreja ortodoxa. Inventaram vários nomes de igreja para dizer que eu era desta igreja, foram bater em portas de igrejas que não é a minha, para me procurar lá. Se você mora em São Paulo, alguém tem que buscar você em São Paulo. E depois inventaram a história que o eu não era sacerdote. Eu não preciso disso, eu tive que deixar no meu Instagram, a bula de ordenação sacerdotal lá, o documento, eu tive que ligar para o arcebisco meu em Lima, para que ele pudesse se pronunciar. Ele fez um vídeo, colocou nas redes sociais confirmando. Mesmo assim, a mídia sedenta de caluniar, de denegrir a imagem de alguém, não se conformou e continuou fazendo essa propaganda mentirosa, espalhando essa fake news para todos os lados”, defendeu Kelmon Luís.
Aos entrevistadores do Pânico, Padre Kelmon Luís contou que não deixou de ser padre com o fim das eleições, e que hoje coordena uma paróquia em Salvador. Além de ser sacerdote ortodoxo e vigário episcopal da Igreja Ortodoxa do Perú no Brasil, Padre Kelmon é coordenador nacional do Movimento Cristão Conservador.
“Eu estou em Salvador, na Bahia. Eu sou padre em todos os ambientes e lugares. Não estou fazendo teatro e não sou personagem, como muitos políticos fazem. Sou padre aqui nesse programa, na Avenida Paulista, por 24 horas. Não é uma profissão, é uma vocação e um chamado. A gente acredita que Deus nos convida, ser candidato não me tira meu caráter sacerdotal”, pontuou.
Na entrevista, o sacerdote ortodoxo fez questão de relembrar a formação do Brasil com cristãos portugueses e afirmou que tinha a prerrogativa de se candidatar para a Presidência.
“O Estado é laico, mas o povo que forma o Estado é cristão. Aí que está o problema. Nós temos uma identidade, nossa nação é fundada com o alicerce do cristianismo. São Paulo, que é uma metrópole, no Pateo do Collegio nasceu a cidade de São Paulo. Foram os padres que vieram de Portugal, evangelizaram, catequizaram. São Paulo nasceu a partir da ação de um padre. Se temos uma raiz e uma identidade cristã, por que não vamos preservar tudo isso? O povo não é laico”, afirmou. “Um sacerdote político pode fazer muito ao seu povo, o padre é convidado a servir o povo. Eu tenho o dever moral de colocar a função do Executivo também a serviço da comunidade, é o meu dever, eu não posso rasgar isso. Por isso o padre tem essa prerrogativa”, concluiu Padre Kelmon.
A ser questionado sobre o Foro do Brasil, Padre Kelmon Luís resumiu o movimento em uma frase: “O Foro é um método de articulação política”. Em seu estatuto de 32 páginas, os idealizadores do Foro do Brasil definem a organização como defensora do “estado mínimo”, além dos valores conservadores. Padre Kelmon desmentiu que o Foro do Brasil busque se posicionar como um mero contraponto ao Foro de São Paulo, organização composta por partidos de esquerda de toda a América Latina que discute formas de tomada de poder em todo o continente.
“Não queremos ser um contraponto ao Foro de São Paulo porque é muito baixo ser mero contraponto. Nós somos superiores a isso. Nós nos preocupamos com a nossa juventude. Nós vemos as universidades hoje que estão fabricando militantes. Não estão fabricando profissionais do jornalismo isento, profissionais do direito, A nossa preocupação é resgatar valores e princípios na vida dessas pessoas, na juventude universitária. Precisamos de uma reforma democrática nas universidades. O Foro do Brasil está juntando padres e pastores, a partir do nosso exemplo de candidato a presidente. Temos hoje no Foro do Brasil uma dezena de pastores que já lideram, e dezenas de sacerdotes. Nos reunimos para orarmos juntos, o que não se fazia. Discutimos problemas da nação juntos, como é que nós pastores estamos pensando a nossa juventude daqui a 20 anos? Como é que nós pastores estamos pensando em recuperar essa juventude? Já que somos 84% da população cristã, o Brasil não é mais do que o nosso rebanho”, disse Padre Kelmon.
Em perguntas feitas pelos apresentadores do programa a respeito de preconceito religioso, Pastor Gamonal lembrou que há cerca de 30 anos os partidos e movimentos de esquerda atuam no Brasil para desqualificar a religião por meio da doutrinação nas escolas e universidades. Pastor Gamonal citou levantamentos do IBGE que desde 1996 mostram a queda do número de católicos no Brasil, e o aumento de pessoas que afirmam não ter religião.
“Esse dado de pessoas sem religião, esse índice vem crescendo desde 1996. Isso é um fenômeno no Brasil, que é o quê? A desconstrução da cultura judaico -cristã no Brasil a partir dos os ativistas da educação. Nesse último levantamento de 2020, esse índice chegou a 10%. Então 10 % da população brasileira se declararam sem religião. Aí nós fomos pesquisar, fazer um levantamento, quem são essas pessoas que se declararam sem religião? Porque, por exemplo, há 40 anos atrás no Brasil, 99% da população brasileira estava ali no levantamento dizendo ser cristão. Esse fenômeno, de onde vem? É proposital. Nós evangélicos somos às vezes acusados no sentido de sermos preconceituosos, intolerantes, mas na verdade, não é isso que se vê. Até professores da rede pública, do ensino fundamental, do ensino médio, universitários que sejam cristãos, eles sofrem perseguição dentro do sistema educacional. Você não pode falar de Deus, você não pode hoje ter uma bíblia. Existem cidades, por exemplo, que prefeitos e prefeitas já mandaram recolherem as bíblias das bibliotecas públicas municipais”, afirmou Pastor Gamonal.
