ONU afirma que desperdício de alimentos contribui para a crise climática e representa custo de US$ 1 trilhão

Relatório da ONU revela que 1/5 de todos os alimentos produzidos globalmente é desperdiçado

A ONU divulgou nesta quarta-feira (27/03) o seu Relatório do Índice de Desperdício Alimentar da ONU, e a publicação mostra que cerca de um quinto de todos os alimentos produzidos globalmente é desperdiçado, representando um custo anual de aproximadamente 1 trilhão de dólares – aproximadamente 5 trilhões de reais. Esse desperdício ocorre em todos os níveis da cadeia de produção, desde a colheita até o consumidor final.

As famílias são expostas como as maiores contribuintes para esse desperdício, respondendo por aproximadamente 60% do total de alimentos descartados anualmente. No entanto, os comércios alimentares também desempenham um papel significativo, com os serviços alimentares e o varejo contribuindo com 28% e 12%, respectivamente, do desperdício total.

Além disso, estima-se que 13% adicionais de alimentos são perdidos na cadeia de abastecimento, devido a fatores como rejeição por estar fora do “padrão de venda” ou estrago de alimentos comestíveis. Esses números alarmantes não apenas representam uma triste realidade em termos de desperdício de recursos naturais, mas também têm sérias consequências para o meio ambiente, contribuindo significativamente para as crises climáticas e de biodiversidade.

Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, descreve o desperdício de alimentos como uma “tragédia global”, destacando sua relação direta com a insegurança alimentar enfrentada por milhões de pessoas em todo o mundo. Andersen salienta que este não é apenas um problema de desenvolvimento, mas também tem impactos substanciais no clima e na natureza.

“Milhões passarão fome hoje, porque os alimentos são desperdiçados em todo o mundo. Esta não é apenas uma questão importante de desenvolvimento, mas os impactos desses resíduos desnecessários causam custos substanciais para o clima e a natureza”, afirma a diretora da ONU Inger Andersen.

ONU pede ação coordenada mundial

Apesar da urgência e gravidade do problema, poucos países têm planos eficazes para lidar com o desperdício de alimentos, e a maioria não o considera nas estratégias para reduzir as emissões de carbono. É crucial uma ação coordenada entre governos, setor privado e organizações filantrópicas para enfrentar esse desafio.

Alguns países, como o Reino Unido, Austrália, Indonésia, México e África do Sul, têm conseguido reduzir significativamente o desperdício de alimentos desde 2007. Harriet Lamb, chefe-executiva, da WRAP, incita os países a tomarem medidas imediatas para abordar esse problema, destacando a importância da cooperação entre continentes e cadeias de abastecimento. Lamb ressalta que o desperdício de alimentos não apenas afeta a segurança alimentar, mas também tem um impacto significativo no clima e nas economias locais.

É essencial investir em soluções comunitárias, como os bancos de alimentos, que desempenham um papel crucial na redução do desperdício de alimentos e no combate à insegurança alimentar. Além disso, políticas mais fortes de desperdício de alimentos são necessárias para construir sistemas alimentares sustentáveis que beneficiem tanto as pessoas quanto o planeta.

No Reino Unido, o governo anunciou medidas para promover a recolha separada de resíduos alimentares, visando evitar que eles sejam enviados para aterros, onde contribuem para a emissão de gases de efeito estufa. Essa iniciativa não apenas reduz o desperdício, mas também sensibiliza os consumidores sobre seus hábitos de consumo.

Diante dessa crise global de desperdício de alimentos, é necessário que todos os atores da sociedade se unam para enfrentar o problema do desperdício de alimentos, afirma a Organização das Nações Unidas. Somente através de esforços conjuntos e ações coordenadas poderemos garantir um futuro onde todos tenham acesso a alimentos adequados e o planeta seja protegido para as gerações futuras.

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Fonte: agência de notícias da Organização Mundial das Nações Unidas

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