Uma equipe de pesquisa internacional liderada por cientistas chineses revelou um ciclo recorrente no movimento de precessão de um jato oscilante de um buraco negro supermassivo no coração da distante galáxia M87, fornecendo evidências de observação convincentes para o buraco negro gira.
A nova descoberta ajuda a provar que o buraco negro dentro de M87 está realmente girando. O último resultado da pesquisa sobre o buraco negro foi publicado na revista Nature nesta quarta-feira (27/09).
Os investigadores descobriram que o jato expelido do buraco negro oscilava para cima e para baixo com uma amplitude de cerca de 10 graus, sugerindo um ciclo recorrente de 11 anos. A pesquisa é baseada em extensas análises de dados registrados de 2000 a 2022 por várias redes internacionais de radiotelescópios, disse Cui Yuzhu, primeiro autor e autor correspondente do artigo.
O buraco negro da galáxia M87 fica a cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra, com uma massa 6,5 mil milhões de vezes a do Sol. Em 2019, os cientistas capturaram a primeira imagem de um buraco negro deste tipo, oferecendo a primeira evidência visual direta de um objeto cósmico invisível e da sua sombra. Desde então, os pesquisadores têm observado e estudado o buraco negro.
Um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia ativa está entre as entidades mais enigmáticas e formidáveis do universo. A sua imensa atração gravitacional permite-lhe “engolir” uma grande quantidade de matéria através do disco de acreção enquanto “cuspi” matéria perto da velocidade da luz, a milhares de anos-luz de distância.
A equipe de pesquisa também combinou seus dados de observação com simulações teóricas usando um supercomputador. Eles provaram que o eixo de rotação do disco de acreção se desalinha com o eixo de rotação do buraco negro, levando ao jato de precessão, conforme previsto pela teoria da relatividade geral de Einstein. Mais de 20 telescópios em todo o mundo também contribuíram para o seu estudo no período.
O giro do buraco negro representa uma hipótese fundamental nas teorias dos buracos negros. No entanto, não houve nenhuma evidência de observação direta anterior. A nova descoberta pode fornecer um elemento crucial para desvendar ainda mais o mistério dos buracos negros, disse Lin Weikang, professor associado de pesquisa do Instituto Sudoeste de Pesquisa Astronômica da Universidade de Yunnan.
Fonte: Agência Xinhua
