Preço da cerveja no Brasil aumentou 5,29% nos últimos 12 meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o período de 12 meses até dezembro de 2023, medido pelo IBGE, indica uma alta de 4,62%, o que significa que os preços em geral estão mais altos, ainda que alguns itens e setores específicos tenham registrado algumas quedas em específico.

“O Carnaval de 2024 chegou com a animação de sempre, mas os foliões precisam se preparar para encontrar preços diferentes do ano passado. Mas com planejamento e pesquisa, você pode aproveitar o Carnaval de 2024 sem gastar muito”, afirma a economista Nadja Heiderich, professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).

Segundo ela, as bebidas alcoólicas em geral, incluindo a cerveja, tiveram um aumento de 11,41%.

“A bebida mais popular do Carnaval teve um aumento de 5,29% no acumulado de 12 meses, segundo o IPCA. O aumento se deve à alta do preço do milho, principal ingrediente da cerveja, e também à alta do dólar, que encarece os insumos importados. Além disso, o refrigerante, outro item popular no Carnaval, teve um aumento de 6,74%. A alta do dólar e a alta do preço do açúcar, outro ingrediente importante, são os principais motivos.”

Os impostos e a alta carga tributária da cerveja no Brasil, a inflação que encarece o processo produtivo e as dificuldades de logística são os principais desafios enfrentados pela indústria cervejeira do país. A informação inédita aparece na pesquisa “Principais Desafios do Mercado Cervejeiro”, divulgada hoje pelo Guia da Cerveja em parceria com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) e que contou com o apoio do Sebrae e da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva).

De acordo com o levantamento, 77% das cervejarias – de todos os portes e regiões – identificaram os impostos e a carga tributária elevada como o principal desafio enfrentado. Além disso, o impacto da inflação sobre os custos de produção e a ineficiência logística também foram elencados como dificuldades para 52% e 43% dos estabelecimentos, respectivamente.

“É preocupante que a alta carga tributária seja o principal desafio para as cervejarias. O consumidor brasileiro já paga o maior imposto sobre a cerveja de toda a América Latina e vemos que isso é um problema que se espalha também para a indústria. Esperamos que a regulamentação da reforma tributária, no que tange ao imposto seletivo, traga mais razoabilidade, previsibilidade e critérios que permitam que o setor se desenvolva cada vez mais”, afirmou Márcio Maciel, presidente-executivo do Sindicerv.

Além da alta carga tributária, a pesquisa identificou desafios adicionais enfrentados pelas cervejarias nas diferentes regiões do País e de acordo com o porte das indústrias.

No Sul e no Sudeste, há uma dificuldade maior para se destacar no mercado e alcançar metas, segundo 59% e 37% das cervejarias localizadas nessas regiões, respectivamente. As duas localidades abrigam a maior número de cervejarias registradas no país, segundo o Anuário da Cerveja 2022: 1.484 de um total de 1.729 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária. Para 77% das cervejarias localizadas no Nordeste, o segundo desafio mais enfrentado é a ineficiência logística e de distribuição. Já no Centro-Oeste, problemas financeiros e endividamento são o terceiro problema mais citado, juntamente com a questão logística (50% para cada). No Norte, impostos e impacto da inflação estão empatados com 33%.

Em relação ao tamanho da cervejaria, os impostos e a carga tributária elevada são unânimes e considerados o principal desafio para todos os estabelecimentos, independentemente do porte. No entanto, cervejarias menores sofrem mais com os impostos e com a concorrência.

De acordo com a pesquisa, a indústria adota diversas estratégias para lidar com os desafios. Entre elas, estão a diversificação de fornecedores e redução de gastos operacionais. Parcerias com bares, restaurantes e eventos são buscadas por 44% das cervejarias que querem conquistar mais mercados.

“A indústria cervejeira no país possui uma produção quase 100% nacional e faz parte de um setor que gera mais de 2 milhões de empregos em todos os cantos do país. Os resultados desta pesquisa, além de oferecem insights valiosos para as fabricantes, destacam a necessidade de políticas que apoiem o crescimento sustentável do setor cervejeiro no Brasil”, concluiu Márcio Maciel.

Fonte: Monitor Mercantil

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