O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu nesta terça-feira (11) ficar em silêncio durante o depoimento à CPMI do 8 de janeiro do Congresso Nacional.Em exposição inicial, Cid disse que a nomeação para ser ajudante de Bolsonaro não teve ingerência política e que não participava de decisões de governo.
Em seguida, o depoente afirmou que, por conta das investigações que pesam contra ele devido à atuação no cargo, ficaria em silêncio.
“Por todo o exposto, e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPMI, considerando minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base no habeas corpus 229323, concedido em meu favor pelo STF, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio”, disse.
O tenente-coronel Mauro Cid disse à CPMI que não tinha uma relação pessoal com o ex-chefe do Executivo. Na ocasião, o militar detalhou como é a escolha dos Ajudantes de Ordem, e ressaltou que não participava de reuniões políticas.
“Minha nomeação jamais teve qualquer ingerência política. Minha vinculação administrativa era estabelecida pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Para conhecimento de vossas excelências, o ajudante de ordens é a única função de assessoria próximo ao presidente que não é objeto de sua própria escolha, sendo de responsabilidade das Forças Armadas selecionar e designar os militares”, destacou o tenente-coronel.
Mauro Cid detalhou que auxiliava o ex-presidente Jair Bolsonaro em seus compromissos, mas destacou que, quando se tratava de encontros políticos, recepcionava os participantes e ficava à disposição, mas “do lado de fora das reuniões”. O tenente-coronel também disse que não questionava os assuntos tratados nas reuniões.
“Não estava na minha esfera de atribuições de analisar propostas, projetos ou demandas trazidas pelos ministros de Estado, autoridades e demais apoiadores. Ou seja, não participávamos da atividade relativa à gestão pública”, pontuou.
