Turismo brasileiro faturou R$ 18,2 bilhões em maio, revela levantamento da Fecomércio-SP

Com crescimento anual de 7,1%, o faturamento no turismo nacional atingiu R$ 18,2 bilhões, em maio. São 26 meses consecutivos de variações positivas no setor, de acordo com os dados do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), que tem como base as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mais uma vez, o transporte aéreo é o mais influente no desempenho geral. No quinto mês do ano, o faturamento do segmento foi de R$ 5,88 bilhões, o que representa um patamar 12% maior quando comparado ao mesmo período de 2022. De acordo com a Fecomércio-SP, foi a primeira vez que o número de passageiros transportados por aviões superou o nível pré-pandemia (2019), tendo como base comparativa o quinto mês do ano. Foram 7,29 milhões de passageiros, o mais alto desde 2015, segundo levantamento a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Além do aumento da oferta, a redução da tarifa média, que passou de quase R$ 700, há um ano, para R$ 550, em maio de 2023, impacta diretamente o cenário. Na avaliação da Entidade, a tendência é de continuidade do crescimento nos próximos meses, uma vez que há condições mais favoráveis para os investimentos das companhias, com combustível e dólar relativamente mais baratos. Por outro lado, na outra ponta (com a menor variação no mês), está o grupo de transporte terrestre, que cresceu 0,8% e faturou R$ 2,94 bilhões.

Apesar de ser o patamar mais alto desde 2014 para maio, as dificuldades aparecem diante da competitividade. Isso acontece porque, desde o início da pandemia até o ano passado, diante da limitação na oferta aérea e do encarecimento dos bilhetes de avião, o transporte rodoviário surfou em excelente onda. No período, houve muito investimento em adaptação. Contudo, com o retorno das passagens aéreas ao nível considerado normal e as famílias buscando promoções para viagens em grupo, o cenário deve afetar os negócios rodoviários.

Segundo o levantamento da Fecomércio-SP, o grupo de alojamento e alimentação segue no caminho de crescimento, com variação de 6,4%, em maio, um faturamento de R$ 5,2 bilhões. A taxa de ocupação hoteleira no Brasil passou de 54,11%, entre janeiro e abril de 2022, para 58,04%, no mesmo período deste ano. Ao mesmo tempo, a receita por apartamento disponível avançou 45,3%, aponta o levantamento do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb).

Outros setores também passam por um momento positivo, com destaque para as locadoras e agências de turismo, que apresentaram elevação de 6% em maio, faturando R$ 2,85 bilhões. A Fecomércio-SP destaca que quando se trata de agências e operadoras, o aumento no faturamento é um excelente termômetro para o médio prazo, pois há uma parcela de consumidores que adquirem pacotes e viagens pensando no futuro. Claro que também há um público, sobretudo o corporativo, que contribuiu com o faturamento desses segmentos, pois realizam as viagens no curto prazo.

De acordo com a Federação, o turismo brasileiro é essencialmente doméstico e bem dividido entre lazer e negócios, ambos com bom desempenho. Consequentemente, o Produto Interno Bruto em expansão, o corte próximo da taxa de juros, a inflação em queda e o mercado de trabalho aquecido formam uma combinação perfeita de fatores para o estímulo imediato do turismo, com mais gastos e investimentos. Por enquanto, não há um olhar relativamente negativo para o setor. A tendência é de continuidade de expansão, com variações mais modestas, mais por um efeito estatístico de base forte de comparação, e não pelo esfriamento do turismo.

O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços e dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as atividades que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.

Impulsionado pelo turismo corporativo, no mês de maio, o setor de turismo faturou média de R$ 54 milhões por dia, na cidade de São Paulo. O montante é 11,6% maior que o registrado em abril e 71% acima do constatado no quinto mês de 2022. Sem interferências significativas de feriados no período, o setor foi impulsionado pela movimentação do turismo corporativo, carro-chefe da cidade paulistana. Após recuo de 6,9% em abril, o Índice Mensal de Atividade do Turismo (Imat), apurado mensalmente pela Fecomércio-SP em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris, apresentou variação positiva de 2,9%. Esse cenário já era previsto pela Federação.

Outro crescimento relevante observado foi na movimentação de passageiros nos terminais aéreos da região: de 160 mil, em abril, para 163 mil, na média diária do quinto mês do ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, a elevação foi de 24%. Por outro lado, os terminais rodoviários registraram queda mensal de 7,2%, ao passar de 38 mil para 35 mil. No entanto, o montante está 6% acima do registrado em maio de 2022.

De acordo com a Fecomércio-SP, apesar de a redução na movimentação nos terminais rodoviários se mostrar uma tendência, não representa queda significativa, mas uma manutenção em nível mais baixo do que os resultados constatados há alguns meses. Essa conjuntura pode ser explicada pela alternância de modais, dado o custo relativo menor das passagens aéreas. Consequentemente, os consumidores voltaram a optar pelo deslocamento por meio dos aeroportos. A taxa de ocupação ficou praticamente estável: 64,9% em maio, ante 64,3% do mês anterior. Há um ano, esse número estava pouco acima dos 70%. Embora tenha havido uma queda anual, a diária média registrou elevação de R$ 200 em um ano. No quinto mês de 2023, ficou em R$ 657,80, valor que aponta o aquecimento da demanda turística na cidade.

Fonte: Monitor Mercantil

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