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Vendas no varejo brasileiro caíram 2,9% no mês de maio, revela Índice Cielo

As vendas no varejo caíram 2,9% em maio, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022, aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, a retração foi de 0,3%.

Os efeitos de calendário praticamente não impactaram o mês de maio deste ano em comparação com o mesmo mês no ano passado. Por um lado, houve um domingo a menos e uma quarta a mais no mês este ano. No entanto, em 2022, o feriado do 1º de Maio caiu em um domingo, enquanto em 2023 foi em uma segunda-feira, o que anulou o efeito da troca de dias.

Com retração de 10,2%, o macrossetor de bens duráveis e semiduráveis foi principal responsável pelo desempenho. O segmento de vestuário e artigos esportivos foi o que apresentou a maior queda do macrossetor e puxou o resultado para baixo. O setor de materiais para construção também sofreu retração. O macrossetor de serviços também contribuiu para o resultado negativo do varejo. A queda de 7,0% foi influenciada principalmente pelo segmento de turismo e transporte. Bens não duráveis foi o único macrossetor que teve aumento de suas vendas: 2,6%. O destaque foi o crescimento do segmento de postos de combustíveis.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 0,23% em maio. O índice acumulado nos últimos 12 meses ficou em 3,94%. Segundo o IBGE, a alta teve influência do aumento das mensalidades de planos de saúde. A inflação ficou abaixo das expectativas de mercado, que esperava 0,33% para este mês.

Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em maio foi de 2,7%, com desaceleração em relação ao índice registrado no mês anterior.

De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a março de 2022 foram os seguintes: Sul (-0,3%), Norte (-1,1%), Nordeste (-2,5%), Centro-Oeste (-2,6%) e Sudeste (-3,8%).

Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os resultados de cada região foram os seguintes: Sul (1,7%), Centro Oeste (-0,2%), Norte (-0,3%), Sudeste (-0,5%) e Nordeste (-1,6%).

Já segundo a 5ª edição do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, iniciativa da Stone, em parceria com o Instituto Propague, em maio, o indicador segue reportando o volume de vendas abaixo dos resultados de 2022. As vendas no varejo caíram 7,8%, na comparação ano contra ano, se mantendo em linha com os resultados dos últimos meses e sem mostrar sinais de melhora.

O levantamento, divulgado hoje, tem como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board, que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos EUA. O objetivo é mapear mensalmente os dados de pequenos a grandes varejistas e divulgar um retrato do varejo nacional.

Entre todos os segmentos, apenas o de artigos farmacêuticos apresentou contínua melhora, com alta de 2,6% no volume de vendas, no comparativo anual. E os outros segmentos não conseguiram alcançar resultados positivos, com a maior queda no setor de tecidos, vestuário e calçados (16,1%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,5%), móveis e eletrodomésticos (5,3%), livros, jornais, material de construção (4,9%) e revistas e papelarias (3,8%). De acordo com o levantamento, a desaceleração do consumo das famílias nos últimos meses pressionou o comércio varejista.

Quatro estados registraram alta na comparação ano contra ano: Rondônia (7,2%), Amapá (3,7%), Acre (1,5%) e Espírito Santo (0,9%). O índice reportou queda significativa nas economias de todas as regiões do País. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, a maior queda foi no estado do Goiás (12,6%), Paraná (7,7%), Rio de Janeiro (7,6%) e Rio Grande do Sul (7,3%). No Norte e Nordeste, os estados mais afetados foram Bahia (11,7%), Sergipe (10,1%), Ceará e Rio Grande do Norte (7,8%).

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